Quem sou eu

Minha foto
Ela cria a ação da imagem sonhada. A imagem nem sempre é nítida e nem real, o irreal constroi seus sonhos e eles os tornam reais pela ação inventada dessa imagem. Isadora é ação e Otávio é sonho. Isadora é imaginação e Otávio é a imagem. Isadora é delicadeza e Otávio é rude. Isadora é arte e Otávio também.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O correto era jogar fora a tal rosa azul mas eu acabei guardando.

Voce provavelmente nem tem noção da flor falsa aqui guardada, como não tem noção de muitas outras coisas guardadas, ocultas, faladas, mostradas, fechadas, caladas, magoadas, segregadas, reformadas, atrasadas, esperançadas, quebradas, falidas e por fim abandonadas e não remediadas... e por que ainda faz parte?

o lance da desintoxicação é lento!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

ta tão frio!

Na verdade eu ja sabia.
Eu segurei essa rosa azul ate agora com toda essa força.
Acredito que nem vou conseguir me desfazer dela.
Mesmo essa sendo falsa.

Para que mudar a cor da rosa?
Eu achei original, diferente, poético.
Mas... não foi bom.

Rosas tem que ser vermelhas.
Quentes com paixão, naturais.

A rosa azul me fez tão bem, mas passou.
Descobri que ainda é poética, falsa, mas poética.
Mas azul é tão frio... preciso de calor.

Perdoa-me.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

não queira escolher por mim.

Me disseram e eu ja sabia que não existem rosas azuis
apenas as falsas são azuis.
Mas voce ja me deu uma, rosa azul, mesmo que falsa
e até hoje eu a tenho.

Esse tipo de pessoa como eu
que surpreende sempre.

eu danço como uma desvairada
eu sorrio como uma santidade
eu fantasio como uma mulher só
eu festejo como uma narcótica
eu choro como uma mal amada
eu beijo como uma serpente
eu canto como uma deusa mitológica
eu vivo como uma mulher como eu

do jeito que quero, sinto e tenho vontade.

O dia que a rosa azul nada significara para mim
supreenderei a todos, inclusive a mim.

Tenho sanidade quando eu quero, e insanidade quando eu preciso
Eu escolho.

Se não me acompanha, fique para trás.

sábado, 9 de abril de 2011

pecado por pecado.

É ridiculo inventar termos?

"Patetifique-se" ao seu mundo
É pecado, voluptuosamente pecado!

E eu que não sou sensata digo que estou errada
Que sou traiçoeira e culpada agora.

Mas seria ricidulo não me "patetificar" a isso.

Eu bem preciso do ridiculo, de termos inventados e do pecado tambem!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

a parte Otávio de Isadora.

Não é tristeza.
Talvez seja menos, mas tem uma pontinha.

Flores azuis para mim, para nós.
Para sempre.

Olhos fechados, mãos tensas.
E o medo visita outra vez.

Não é medo.
Talvez seja menos, mas tem uma pontinha.

Não penso, apenas sinto.
Deveria pensar, menina.

domingo, 3 de abril de 2011

nem azul

Desenha meu rosto
Mas não use cores
Imagine-as em mim.

É que a perfeição é imaginária
e o meu rosto é o fim.

sábado, 2 de abril de 2011

Vem depressa e demore aqui

Quando for vir
Corra.
E quando for voltar
Demore.

Vem depressa
Esqueça quem és
Me envolva
Sem pressa

Diz que vem
Diz que fica
Diz que quer
Diz, e não apenas diga

Me possua depressa
e sem pressa.

Me apresente ao espelho e diga:
Somos um.

Virou história, Isadora!

Vamos dormir agora?
Eu não quero que você va embora.
Vamos fingir ou mentir?
Eu não quero que vire história.

Você ja descobriu, não é?
Que Isadora chora
Você não desconfia?
Que Isadora tem vida?
Você não percebe?
Que Isadora tem medo?

Vamos morrer agora?
Para não dar tempo de voltar atras
Vamos nos unir e sucumbir?
Para eu nunca mais precisar fugir

Você ja sabe, não é?
Que Isadora inventa nomes
Você tambem sente isso?
Que Isadora se perde?
Você não quer fazer parte, não é?
Vai virar história para sempre.

Isadora hoje chora!
Ela queria sorrir, mas hoje ela chora.

Tempestades não mentem
Isadora sim.

Queria que fosse ela diferente dela.

Por favor, Isadora.
Se reescreva agora
Diferente dessa.

Morra agora
Depois se invente, Isadora
Diferente dessa.

Se reescreva mais bonita e de alma boa
Se invente menos perdedora e chorona.

Quem é ela?

Ela não tem mais nada dela em seu corpo
Ela nem ofereceu mas foi se doando
Para esse, aquele, aquela, e nada a ela.

Ela não sabe quando parar

O silêncio seria bom para ela agora
Mas ela quer 'esquizofrenar' a alma
A sensatez desmedida é pouco para ela
Ela não se pertence mais, enlouqueceu.

Ela não sabe como voltar

Ah.

Ela fecha seus olhos e respira como se fosse voar
Perde as forças.
Então ela sente enfraquecimento cervical
E pende a cabeça para um lado, e para o outro
Então joga o peso da cabeça para baixo
Solta o ar.

Ela delira.

Ela não sabe como se decifrar.

Ela usa pintura negra nos olhos
E borra seu rosto
Para nao enxergar mais sua face
Então ela percebe sua insanidade

Ah.

Ela delira.
E berra calada.

Ela não sabe como se acalmar.

Ah. Ela clama por ela.
Quem é ela?
Quem é ela?

Ela não sabe como ser ela, ou não ser mais.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

quero viver da arte mesmo que imaginando ser o que não sou

BENVÓLIO — Mais calma; irei também; se me deixardes não procedeis bem.
     ROMEU — Ora, já me perdi. Não sou Romeu. Esse está longe. Está não sei bem onde.
     BENVÓLIO — Dizei-me seriamente a quem amais.
     ROMEU — Como! Precisarei gemer o tempo todo que te falar?
     BENVÓLIO — Gemer? Oh, não! Mas dizer, em verdade, quem seja ela.
     ROMEU — Mandai fazer o doente o testamento. Que idéia triste para o desalento! Primo, em verdade: adoro uma mulher.
     BENVÓLIO — Acertado também nesse alvo eu tinha, ao vos imaginar apaixonado.
     ROMEU — Ótimo atirador! E ela é formosa.
     BENVÓLIO — Primo, acertar assim é grande dita.
     ROMEU — Nisso vos enganais. Ela é catita. A seta de Cupido não cogita de bater nela. Sábia como Diana, a castidade é sua soberana. Do arco gentil do amor está amparada e, assim, da lenga-lenga apaixonada. Resistir pode a todos os assaltos dos olhares morteiros, não chegando nunca a cair-lhe no regaço a chuva de ouro que os próprios santos tem vencido. Oh! é rica em beleza, mais que bela, porque a beleza morrerá com ela.
     BENVÓLIO — Então jurou que sempre há de ser casta?
     ROMEU — Jurou; e sua avareza tão nefasta grandes estragos fez, pois a beleza com tal severidade, de fraqueza quase veio a morrer, tendo ficado sem prole alguma. Incrível atentado! É muito bela e sábia, sabiamente formosa para estar sempre contente com me fazer sofrer. Fez juramento de não amar jamais, um só momento. E nesse voto infausto eu vivo morto só de a todos contar meu desconforto.
     BENVÓLIO — Por mim guiar te deixes nisso: esquece-a
     ROMEU — Oh! A esquecer-me ensina o pensamento.
     BENVÓLIO — Dá liberdade aos olhos; examina outras belezas.
     ROMEU — Esse é o meio certo de mais consciente me tornar ainda de sua formosura em tudo rara. Essas felizes máscaras que as frontes beijam das jovens belas, sendo pretas pensar nos fazem que a beleza escondem. Quem chegou a cegar, jamais se esquece da jóia rara que perdeu com a vista. Mostrai-me uma mulher de inexcedível formosura; para algo servir pode, senão de sugestão para que eu leia quem a excedeu em tanta formosura? Não, nunca hás de ensinar-me o esquecimento.
     BENVÓLIO — Hei de nisso empregar o meu talento.